sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Última Postagem


Finalmente estou livre. Consegui minha liberdade, apesar de condicional. Já estou em casa!

Mas o tratamento continua. Ainda tenho que passar pela avaliação do cardiologista e do infectologista e, com certeza, existirão restrições e mudanças no estilo de vida - mais esportes, menos gordura e sedentarismo.

Durante os 43 dias em que permaneci internado, houve momentos em que quase perdi a fé numa cura sem cirurgia. Mas exatamente nestes momentos, pude contar com o apoio dos amigos. Minha familia também sempre esteve próxima, mesmo vivendo a 500 km de distância.

Daqui a pouco volto ao trabalho, mas agora com um foco diferente, uma nova forma de fazer e conduzir as coisas.

Obrigado a todos que rezaram pelo meu restabelecimento. Que Deus os envolva em muita paz e saúde.

Agora, como dito no início dessas aventura, o blog encerra suas atividades.


Bye, bye.....


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Liberdade....talvez....


Hoje fiz o que considero o último exame de controle e acredito que devo ser liberado antes do final do dia. A ansiedade é grande e já estamos com tudo preparado, basta haver a alta da médica que eu vou voando para casa.

O eco-cardiograma indicou que a vegetação ainda tem 6mm mas é praticamente estéril, o que elimina a possibilidade de novas infecções. Além disso, também foi considerado muito improvável que ela se desprenda da válvula e caia na corrente sanguínea. Tudo de bom.

Daqui a 1 mes devo retornar para nova avaliação e enquanto isso devo manter o tratamento em casa. Mas como já disse, ainda aguardo a definição da médica para ser liberado do hospital.



*-*-*-*-*


O ruim é que eu já podia ter sido liberado ontem. Graças à desorganização, falta de controle e omissão de algumas pessoas do corpo de enfermagem, a marcação do exame que "deveria" ter sido feita desde a semana passada foi esquecida. No início da tarde a médica já achou estranho que eu não tivesse realizado o procedimento até aquele momento. Por volta das 15:00h eu tive que buscar informações pois ninguém dizia nada sobre o assunto. Descobri que, graças a uma série de erros e esquecimentos, o exame foi adiado para hoje.



O pior é que não havia um entendimento claro sobre a continuidade das medicações. Eu iria continuar com os comprimidos e a injeção de anticoagulante, mas não receberia mais o antibiótico via intravenosa. Mesmo assim, "como precaução" o escalpo não seria retirado.

Não fazia sentido: se não há necessidade da principal medicação, por que continuar com as demais e por que continuar com o escalpo? Depois de alguma discussão, consegui me ver livre deste último e o exame foi remarcado para hoje.

Recomendação útil: seja você paciente ou acompanhante, cobre sempre o cumprimento dos horários, seja firme com as enfermeiras e reclame sempre que sentir que há descontrole. Sua recuperação, se bem sucedida, pode ser adiada se você não ficar de olho. Acredite, eu sei o que falo.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Coisa de doido


Ontem o negócio ficou "interessante" aqui no Hospital.

Faltou energia num determinado período da manhã e, justamente neste tempo, alguns pacientes resolveram ter crises em que havia a necessidade de equipamentos para suporte. Um deles, que estava na minha ala, passou realmente muito mal e envolveu boa parte da equipe.

Nesses momentos eu vejo realmente todos de branco. Uma correria meio desordenada, uma pressa velada, ações rápidas e eficientes realizadas quase que de forma imperceptível. Mas nessas horas também vejo a desordem, o caos que reina em um hospital: o mesmo medicamento me foi oferecido duas vezes por enfermeiras diferentes.

Até no meu ramo ocorreram problemas. Na sexta a rede wireless parou de funcionar e ninguém percebeu. A sorte é que encontrei com um analista da TI e o problema foi resolvido de forma mais ou menos rápida.

Mas se não fossem estes momentos eu já tinha ficado igual a este cara da foto. (rsrsrs). Estamos na reta final, falta muito pouco para ganhar o mundo de novo. A previsão dos médicos é que eu tenha alta dia 24/01.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Quando a gente está internado em um hospital, os dias passam devagar, quase sempre arrastados e sem muitas novidades. Você acaba enjoando de ficar olhando sempre para as mesmas paredes enquanto o mundo corre célere lá fora.

Mas alguns dias são piores que outros, bem piores.

Hoje mais um paciente da minha ala faleceu. Apesar dela já estar em estado terminal, a dor do marido e dos amigos foi tão grande e tão transparente que contaminou até mesmo às enfermeiras. Você percebe então que, no fundo, mesmo que a morte seja inevitável (o que será para todos nós), o ser humano se agarra a cada fio de vida e de esperança. É como se, ao nos agarrarmos nessa vontade de viver, realmente pudéssemos prolongar a existência indefinidamente.


Mas nem tudo são tristezas. Em breve estarei fora daqui, tocando a vida com saúde (e cuidando muito melhor dela). A diferença no meu visual é surpreendente - para melhor é claro (se é que tem jeito...).



Agora é esperar. Daqui a uma semana estarei em casa.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Saudade da comida


Êta saudade de coisas simples como um x-egg-burguer-baicon-salada, um bife de picanha bem gorduroso e ao ponto, uma fatia gorda de queijo Minas com goiabada cascão, uma porção de salaminho fatiado, uma porção de pastel com caldo de cana, um bocado de torresmo, um pote de caldo de feijão com bastante pimenta e cebolinha, frango ao molho pardo, costela de porco na grelha, costela de boi no bafo, joelho de porco ao molho, pizza portuguesa, madioca frita, uma cumbuca de péla égua, um prato de jiló recheado com baicon e presunto, espaguete à bolonhesa, feijão tropeirao com bastante carne seca, uma loira bem gelada e uma garrafa de vinho do porto. Só isso.

A comida do hospital é boa mas depois de 30 dias almoçando e jantando o mesmo cardápio com pequenas variações, é para deixar qualquer um meio desesperado.


Mas faltam somente poucos dias para terminar o estágio aqui no hospital.

Hoje foi um dia de fortes emoções: uma paciente da mesma ala que eu, teve uma parada cardíaca e a equipe de enfermagem se mobilizou toda para reanimá-la. Conseguiram restabelecer o funcionamento cardio-respiratório dela e agora estão monitorando o coração com equipamentos.

Fora isso, tudo na mesma....

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Tudo calmo

As coisas estão caminhando perfeitamente bem. Hoje foi retirado um dos anti-bióticos que eu estava tomando pois ele provoca insuficiência renal e, diante do meu quadro geral, não há necessidade de correr mais este risco.

Ainda tenho alguma coceira em função da alergia mas agora é muito pouco. Minha pele também já voltou ao normal.

Como não tenho restrições de locomoção, passo os dias lendo, jogando PS2, navegando na Internet e tirando fotografias.

Esta última atividade inclusive me rendeu uma bronca de um segurança. Eu estava sem nenhuma atadura (coisa rara) e fotografando um pequeno lago artificial que existe no hospital. O segurança interpretou que eu não era paciente e, depois de me dizer que fotografar no hospital era terminantemente proibido me interpelou sobre como eu havia chegado ali. Quando expliquei que estava "hospedado" (ou internado), ele ficou mais calmo, mas mesmo assim com uma cara muito amarrada.

O interessante é que não existe nenhum aviso e nem mesmo os médicos e enfermeiras disseram saber sobre tal proibição. Enquanto a "lei" não se confirma, continuo tirando fotos. Segue um exemplo abaixo:





sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A luz no fim do tunel


Para o exame eu estava preparado, mas para o jejum....

Minha última refeição foi às 21:00h de quarta-feira e o exame foi realizado às 14:30h de quinta. Difícil mesmo foi ficar sem café, sem almoço e sem água durante todo este período. Mas tirando isso, correu tudo bem e hoje os médicos me deram notícias boas e nem tão boas.

As notícias boas: o tratamento foi eficaz, houve redução no tamanho da vegetação e esta ficou estéril, ou seja, as bactérias morreram e não oferecem mais risco ao organismo. Ficarei com uma cicatriz na válvula que não afetará em nada minha vida, pelo menos nos próximos 10 ou 15 anos.

A notícias não tão boas: Para garantir a cicatrização definitiva terei que permanecer no hospital por mais 15 dias seguindo o mesmo ciclo de medicação.
Vamos em frente então.


Durante o exame, você fica desacordado sob efeito de anestesia. E quando tudo termina, você fica meio "grogue", meio tonto por um período.

Fiquei sabendo que um determinado paciente fez este exame acompanhado pela esposa. Correu tudo bem mas durante o período de passagem do efeito da anestesia ele começou a contar detalhes sobre sua vida extraconjugal. Imagine a cena: médicos, enfermeiros e a esposa ouvindo o paciente falar sobre "as virgens do paraíso" e tudo o que ele havia feito com elas.

A médica teve que estapear o indivíduo para ele cair na real mais rápido. Mesmo assim o estrago já estava feito.

Cuidado amigos! Quando forem fazer qualquer exame que envolva anestesia, tenham certeza de que o conjuge não esteja presente na sala. (rsrsrsrsrs)